Desejo em Filosofia e Psicanálise 9


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                                           “Esse obscuro objeto do desejo”

                O filme retrata um romance um pouco conturbado. Uma jovem de 19 anos, uma camareira. Um homem de meia idade sofisticado e rico francês. De início, o filme começa com Mathieu reconta em flash back a um grupo de passageiros de um trem, a história dos perigos de um romance entre um sofisticado e rico francês de meia idade e uma camareira. Conchita por quem se apaixona. Assim, começa um jogo sexual, surrealista de “gato e rato”. Porém, essa obsessividade Mathieu tenta ganhar carinhos da moça, manipulando-a com os seus desejos carnais e, então, competem para conseguir o controle um do outro.
              A personagem Conchita é dividida entre o anjo e o demônio em que apresenta suas personalidades conturbadas, mas que possua um desejo: enganar o velho rico Mathieu.
             Podemos concluir que, parte do princípio de toda forma de arte deve liberta-se de tudo que é lógico, e que se faz sentido. Portanto, liberando o inconsciente (sonhos), tornando ele livre de qualquer manifestação da razão e de preocupações morais e estáticas.
            Segundo Lacan, “o desejo, função central de toda experiência humana, é desejo de nada de nominável. E é este desejo que está ao mesmo tempo na origem de toda espécie de animação”.
           O desejo parece estranho pela falta, ou melhor, pela ausência do objeto. Portanto, só desejamos aquilo que não possuímos e tendo a posse do mesmo traz a satisfação e com ela o desaparecimento do desejo.
         Observamos o desejo surgindo nos dois lados: Conchita e Mathieu. É um jogo duplo na tentativa de prender pelo desejo. Os dois são torturadores e torturados.
         A cada um lhe escapa aspectos obscuros do desejo do outro, tanto que o desejo não tem um só objeto, são múltiplos os objetos do desejo de cada ser humano. Obtendo a posse se produz a consumação do mesmo. 
        E esse toque surreal ao filme, que veio completamente sem querer, não é o único, e os demais estão lá bem ao estilo do diretor. São em bem menor quantidade e bem mais discretos que em obras anteriores do autor, mas eles se fazem presentes: é o rato sendo pego pela ratoeira durante a conversa entre Mathieu e Encarnación, a mãe de Conchita (María Asquerino), e removido pelo mordomo; o já falado balde de água em Conchita no começo; o anão psicólogo; a menina na cabine do trem ouvindo a toda essa violentamente erótica história e outros. Não esperem explicações definitivas, mas sintam-se livres para tecer suas próprias conclusões sobre “o que o diretor pretendia.



 Esse Obscuro Objeto do Desejo (Cet Obscur Objet du Désir, França – 1977)

Direção: Luis Buñuel
Roteiro: Luis Buñuel, Jean-Claude Carrière (baseado em romance de Pierre Louÿs)
Elenco: Fernando Rey, Carole Bouquet, Ángela Molina, Julien Bertheau, André Weber, Milena Vukotic, María Asquerino, Ellen Bahl
Duração: 102 min.

   

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