Epistemologia da Psicanálise


     “Totem e Tabu”, a função do pai em psicanálise e suas relações com a cultura.

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      Freud é fiel à genealogia das instituições culturais, considerando a religião, a moralidade e o direito atividades psíquica superiores, herdadas de povos tidos como primitivos.
         O melhor exemplo que temos disso é o texto de Totem e Tabu, a reflexão de Freud nesse campo é feita de tal modo que o conceito de cultura, tão caro à elite intelectual alemã, se voltasse dos eventos tomados na sua exterioridade para pensá-los a partir de sua interioridade.
        É importante que se diga que as afirmações de Freud em Totem e Tabu (1913) não têm uma carga moral original, mas se tornam morais a partir de suas observações. Essas restrições impostas aos membros da sociedade primitiva são originadas no totem, este objeto ou animal investido de poderes, que desperta medo e respeito e sobre o qual se projeta todo o narcisismo próprio ao ambiente anímico.
         Ao totem, os primitivos dirigem uma direção afetiva, enquanto o tabu tem o papel de receber a agressividade dirigida à figura dos inimigos, dos chefes e dos mortos, figuras onipotentes, correladas aos demônios. No primitivo localizamos a ambivalência de sentimentos: amor e ódio. A atuação psíquica desses sentimentos compara-se à da neurose na busca de satisfação pulsional, quando o elemento individual e social se recobrem.
         O social define-se como limite do real, materializa a interdição imemorial de uma lei pré-histórica – um tabu – oposta ao desejo, mostrando que a repressão à pulsão é ineficaz e encontrará formas de realização. O relato mítico introduz na psicanálise uma lógica na qual o objeto é imaginário, mas, a partir dessa fantasia primordial, produz uma dívida simbólica em relação ao pai, que tem agora força de lei.

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