Epistemologia da Psicanálise
Freud
era um homem de ciências e muitas de suas atividades investigativas ocorreram
no interior das ciências da natureza. Porém, naquele momento histórico em um
universo propriamente epistemológico, surgindo um grupo defendo a necessidade
de se encontrar procedimentos adequados ao estudo do próprio homem. Postulando
uma ciência do espírito com características peculiares, pois acreditavam que o
homem era possuidor características próprias e não poderia ser estudado ao modo
dos objetos naturais. Pleiteavam novos caminhos e procedimentos empregados nas
ciências da natureza certos reducionismo, incapaz de aprender os fenômenos
humanos e sociais naquilo que eles tinham mais essenciais.
A ciência da natureza estabelece na
unidade fundamental existente a realidade orgânica e inorgânica para qual é
torna-se difícil estabelecer uma distinção absoluta entre o reino animal e
humano. O que é tido como ciência humana o que se constitui como uma parte das
ciências da natureza. Havendo a atividade interpretativa que faz parte da ação
clínica correndo como um modelo explicativo.
De forma, que é no trabalho clínico
que o desvelamento da realidade essencial se coloca à mostra em toda sua
pujança, de um trabalho calcado por completo em uma atividade de empírica.
Apresentando outro componente fundamental que é o fenômeno da transferência,
que se faz presente no processo de tratamento analítico. Para que Freud a
existência do inconsciente pode ser afirmada mediante os limites que
encontramos na própria consciência.
Com o surgimento da Epistemologia da
Psicanálise, Freud precisou dar conta de sua atividade através da inovação
teórica, redefinindo a própria experiência da escuta e, não da observação
perceber como a psicopatologia se manifesta na atividade escutante do analista.
Posteriormente, a linguagem tem um papel essencial na revelação da
subjetividade do paciente. Através da
fala do sujeito, ele é capaz de ir
visualizando as raízes dos problemas daquele que fala. Podendo a cura se dá ao
processo da fala, nele o sujeito se percebe e se transforma. Um saber analítico
é o resultado que o sujeito através dos procedimentos analíticos alcança a sua
própria verdade. É uma elaboração com base na atividade analítica, onde no
coração desta experiência encontrando-se a transferência. Transferindo seus
sentimentos, emoções, desejos, vividos no passado em relação á outras pessoas
em sua experiência anterior. Surgindo o fenômeno da resistência, mediante a
qual o analisando tenta fugir das experiências do passado, das situações de dor
e sofrimento, das lembranças que provocaram seus bloqueios e traumas. No entanto, um acontecimento ocorre de forma
consciente ou inconsciente, mas ela também é a chave, através da qual se
penetra o inconsciente por meio da presença do Outro.
Fazer pesquisa em Psicanálise é
necessário que haja um espaço para a investigação dos conceitos psicanalítico
em sua evolução histórica em relação aos próprios objetivos estabelecidos pelo
saber psicanalítico. Contudo, as pesquisas tanto no âmbito no universo clínico,
como aquele que se realiza com base nos textos existentes, parte da literatura
psicanalítica que são complementares no atual contexto da evolução do saber
iniciada por Freud. Todavia, a teoria
funciona como fornecedora de coordenadas para o percurso, permitindo alguma
idéia do ruma a tomar, mas não é o alvo que se quer atingir e, como muitas
vezes acontece na análise. Podemos ler os textos analíticos de um modo
analítico, não interpretando as fantasias dos seus autores, mas utilizando como
instrumento o método psicanalítico e suas heurísticas: a atenção aos detalhes
dissonantes, instaurada pela Psicanálise, com os seus conceitos chaves de
repetição, de retorno do reprimido e, outros.
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